Fazia agora alguns meses desde que ele havia partido para nunca mais voltar.
A ela doia-lhe a distância todos os dias, todos os minutos, desde que acordava até ao momento de deitar...
E agora estava ali sentada no chão, encostada á parede de mãos no rosto a chorar compulsivamente pela primeira vez desde que ele havia partido.
A maquilhagem esborratada, os olhos inchados. Sentia-se inútil, um grande vazio preenchia o seu coração e pela primeira vez percebeu o porquê...
Tinha suportado a distância nos últimos meses, fazia o possivel e o impossivel para se manter ocupada, mas naquele dia, chorou por ele, chorou por ela, chorou pela fome no mundo e por todos os motivos que lhe pareceram bons motivos.
Encostou a cabeça á parede, fechou os olhos e com a manga da camisa enxugou as lágrimas.
O amanhã seria um novo dia, num mundo cheio de possibilidades...