Ainda não contei como foi a estreia da Ratoeira, em Março!!
Sim eu sei, já lá vão 4 meses, mas deem-me o desconto, estive sem net e mais vale tarde que nunca...
Bom, após meses de trabalho árduo, ensaios até ás tantas da manhã, discussões e desentendimentos, o resultado final foi 1h30 de apresentação da peça, numa livraria pitoresca em pleno coração da cidade lisboeta para meia dúzia de gatos-pingados.
No que me diz respeito, teve tanto de soberbo como de arrepiante !
Muitas fotografias, alguns esquecimentos, bastantes embaraços, e uma queda controlada que não era suposto ter acontecido...
Bom, a cena é esta, queriam pôr-me a fazer a minha primeira aparição numa janela do 1o andar do prédio e para isso teria de subir umas escadinhas (sim, umas escadinhas minúsculas, daquelas mesmo pequeninas) em alumínio foleiro até lá a cima, e eu tenho qualquer coisa como vertigens (uma palavra simpatia e que camufla o facto de termos um medo de morte e não o querermos admitir publicamente, por vergonha ou despeito, não interessa), o que é certo é que no ensaio geral, subi as tais escadinhas foleiras com os nervos á flor da pele e um esforço enorme para não olhar para baixo, e quando lá cheguei a cima (mariquinhas de lágrimas nos olhos) agarrei-me com unhas e dentes ao parapeito da janela e não o conseguia largar de maneira nenhuma.
Fui encorajada a descer e com um pouco de ajuda lá desci, caso contrario, hoje, em vez de estar por aqui a escrever, ainda lá estaria agarrada ao parapeito da janela e considerando que isto passou-se á 4 meses por esta altura já faria parte da 'mobilia' alfacinha e teri passado a ser mais uma atracção turistica:
'...e ali dequele lado, pendurada no parapeito daquela janela podem ver, senhores e senhoras, a miúda das vertigens que....'
Está bem, está bem, sou uma mariquinhas da pior espécie, detesto alturas, dão-me calafrios na espinha, mas o que é que a miuda pode fazer...!
Com este episódio, lá se foi a minha postura de durona e de gaja que não tem medo de nada...