Agarrou no livro com toda a força que ainda lhe restava e que as lágrimas ainda não haviam consumido.
Nele estavam escritas a carvão páginas completas de pequenas letrinhas todas coladas umas ás outras criando palavras que formavam as frases da sua vida...
Deixou-se cair junto ao carro com o livro no peito e os braços cruzados sobre ele.
As lágrimas corriam suavemente, lentamente criando pequenas gotas no fundo do seu queixo que depois caiam silenciosamente. O rosto continuava calmo, inexpressivo , quase assustador.
Ao longe ainda se ouvia o barulho do carro dele a afastar-se, e nesse momento ela soube que nunca mais o voltaria a ver...
Á sua frente, as ondas acariciavam suavemente a areia, as pequenas flores e os arbustos dançavam ao som da brisa primaveril, no céu, o barulho tipico das gaivotas, no ar, o salgado cheiro a maresia. Tudo seguia o seu curso natural e foi como se ela nunca ali tivesse estado...